
Festivais que Acabaram em Tragédia (e Pouca Gente Comenta)
Quando a música perde o sentido: os eventos que deveriam ser celebrações e terminaram marcados pela dor
Redação - SOM DE FITA
7/31/2025



Imagem gerada por IA

Festivais de música são conhecidos por reunir multidões em busca de arte, liberdade e momentos inesquecíveis. Mas nem sempre a história é feita apenas de boas memórias. Alguns desses encontros terminaram em tragédias tão marcantes que mudaram para sempre a forma como os eventos ao vivo são organizados. Muitos deles, no entanto, foram aos poucos sendo esquecidos pelo grande público, ficando restritos a registros históricos ou lembranças de quem esteve presente.
A seguir, relembramos alguns festivais que acabaram em tragédia — e que ainda servem como alerta para a necessidade de mais responsabilidade e segurança em eventos desse porte.
Altamont Free Concert (1969)
Apontado por muitos como o “Woodstock da Costa Oeste”, o Altamont Free Concert, realizado na Califórnia, ficou conhecido como um dos momentos mais sombrios do rock. Durante a apresentação dos Rolling Stones, um jovem chamado Meredith Hunter foi morto a facadas por um integrante dos Hells Angels, grupo contratado como segurança do evento. O episódio, filmado e divulgado em documentários, transformou o festival em um marco negativo da contracultura.
Além da morte, vários outros relatos de agressões e confusões surgiram nos dias seguintes. O clima de tensão durante o show foi tão evidente que os próprios Stones chegaram a interromper a apresentação para pedir calma. O caso se tornou símbolo do fim da utopia hippie e mostrou como a ausência de planejamento adequado pode transformar um evento histórico em um pesadelo.
Love Parade, Duisburg (2010)
O Love Parade era um dos maiores festivais de música eletrônica da Europa, reunindo milhões de fãs ao longo dos anos. Mas, em 2010, em Duisburg, na Alemanha, uma falha na organização provocou uma das piores tragédias já registradas em eventos musicais. Um túnel estreito foi usado como única entrada e saída para o público, o que causou um efeito de esmagamento humano.
O resultado foi devastador: 21 pessoas morreram e mais de 500 ficaram feridas. As imagens do pânico se espalharam pelo mundo e geraram um intenso debate sobre a responsabilidade dos organizadores. A tragédia foi tão marcante que levou ao fim definitivo do festival, que nunca mais voltou a ser realizado.
Roskilde Festival (2000)
Um dos maiores festivais da Dinamarca e da Europa, o Roskilde sempre foi sinônimo de diversidade musical e encontros memoráveis. Porém, em 2000, durante um show do Pearl Jam, a multidão avançou em direção ao palco, causando um efeito de esmagamento que resultou na morte de nove pessoas por asfixia.
A banda ficou profundamente abalada com o ocorrido e chegou a interromper a turnê para lidar com o trauma. O episódio trouxe mudanças significativas nas normas de segurança de festivais, que passaram a investir mais em controle de multidões, saídas de emergência e treinamento de equipes.
Pukkelpop Festival, Bélgica (2011)
Em 2011, a edição do Pukkelpop Festival, na Bélgica, foi interrompida por um desastre natural. Uma tempestade violenta atingiu o local, derrubando palcos e estruturas. Cinco pessoas perderam a vida, e mais de 140 ficaram feridas.
Os organizadores foram acusados de não agir com rapidez suficiente para evacuar o público. Após a tragédia, novas normas sobre monitoramento climático em grandes eventos foram criadas na Europa, tornando obrigatória a presença de sistemas de alerta e planos de evacuação mais eficazes.
Super Bock Super Rock (2018)
Em 2018, o festival português Super Bock Super Rock viveu um momento de luto. Durante a apresentação do rapper Valete, um desabamento parcial de estruturas no Parque das Nações, em Lisboa, provocou a morte de um espectador e deixou outros feridos.
A tragédia acendeu um alerta sobre a necessidade de inspeções mais rígidas em eventos realizados em locais improvisados ou temporários. Embora o festival tenha continuado nos anos seguintes, a memória desse episódio reforçou a importância da segurança acima de qualquer experiência estética.
Conclusão
Esses episódios mostram que, por trás dos momentos mágicos que festivais proporcionam, existe um enorme desafio: garantir que a música não seja ofuscada por tragédias. Mais do que relembrar, é preciso aprender com esses erros para que futuros eventos possam ser seguros e realmente celebrados por quem os frequenta.
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