
10 Músicas que São Estouradas no Norte e Nordeste (Mas o Resto do Brasil Mal Conhece)
Enquanto o Sudeste finge que não viu, esses hits já fazem parte do DNA cultural de milhões de brasileiros
LISTAS
Redação - SOM DE FITA
6/26/2025



Foto gerada por IA

O Brasil dos sons invisíveis
Num país continental como o nosso, não basta dizer que “o brasileiro gosta de música”. O Brasil é feito de vários “Brasis”, cada um com seus próprios ritmos, artistas e hinos populares. E em regiões como o Norte e o Nordeste, essa realidade é ainda mais evidente.
Há músicas que explodem em views, dominam paredões, lotam festas juninas e micaretas, mas que simplesmente não chegam ao radar da grande mídia — muito menos às playlists da moda no Sul e Sudeste. São canções que representam a alma e o cotidiano de milhões de pessoas, e que provam que o eixo Rio-São Paulo não tem o monopólio do gosto musical.
Confira agora uma lista com 10 músicas que são verdadeiros fenômenos regionais, mas que, fora dali, são quase desconhecidas.
1. “Passinho Debochado” – MC Loma e as Gêmeas Lacração
A música pode até ter viralizado nacionalmente em 2018, mas foi no Nordeste que “Passinho Debochado” virou lenda. MC Loma e as Gêmeas Lacração representam a estética da periferia, com letras despretensiosas, danças irreverentes e muita atitude.
Nos bailes, paredões e festas populares da região, a faixa ainda resiste como trilha obrigatória. Enquanto o Sudeste descartou como um meme passageiro, o Nordeste entronizou como símbolo de representatividade e alegria suburbana.
2. “Só o Mí” – Lambasaia
A banda Lambasaia já é conhecida por arrastar multidões com seu estilo lambadão estilizado. E “Só o Mí” é uma das faixas mais emblemáticas dessa mistura. Com um refrão chiclete, batida dançante e presença obrigatória nas festas de aparelhagem do Pará, essa música é quase um patrimônio imaterial do Norte.
Mesmo com milhões de reproduções no YouTube e Spotify, ainda há quem — no Sul do país — pergunte se isso é “axé ou tecnobrega”. A resposta: é cultura popular pulsando no ritmo certo.
3. “Revoada do Tubarão” – DJ Ivis e Tarcísio do Acordeon
Antes de ser envolvido em polêmicas, DJ Ivis já era um nome conhecido no cenário do piseiro eletrônico. E “Revoada do Tubarão”, com Tarcísio do Acordeon, foi um de seus maiores acertos musicais.
A faixa ganhou destaque nos paredões do Nordeste, especialmente entre jovens que buscavam um som moderno, dançante e com pegada ousada. A música é símbolo da nova geração do piseiro, que mescla batidas digitais com temas do cotidiano e humor escrachado. Um sucesso regional que resiste mesmo com o cancelamento do seu criador.
4. “Bate Com Vontade” – Japãozin
Japãozin é um dos fenômenos mais quentes do brega-funk/piseiro, e “Bate Com Vontade” é o tipo de música que explode em qualquer paredão de rua. Sua sonoridade mistura swing pernambucano com elementos de música eletrônica, criando uma atmosfera ideal para dançar e extravasar.
No Maranhão, no interior do Piauí e nas periferias de Fortaleza, essa faixa já embalou multidões. No resto do país? Boa parte sequer ouviu falar do artista. Um clássico exemplo de como o mainstream ignora potências locais.
5. “Não Deixo Não” – Márcia Fellipe
Conhecida como a “Fenomenal”, Márcia Fellipe é uma das vozes mais potentes do forró eletrônico. “Não Deixo Não” é sua faixa mais icônica e uma das músicas mais tocadas nas festas juninas e vaquejadas.
Com sua voz intensa e arranjos modernos, Márcia consegue unir romantismo e empoderamento em um só hit. No Norte e Nordeste, ela é superstar. No Sudeste? Ainda é tratada como “descoberta do momento”, anos depois de já ser consagrada.
6. “Só Da Tu” – Hiago Danadinho
Hiago Danadinho acertou em cheio ao unir o brega-funk com o piseiro raiz. “Só Da Tu” virou febre instantânea em cidades como Petrolina, Campina Grande e Teresina, se espalhando também pelas festas de aparelhagem do Norte.
A letra ousada e a levada sensual garantiram o sucesso nos paredões e redes sociais. Mesmo com milhões de plays, segue invisível nas playlists populares fora de sua região. Um exemplo de como o mercado musical nacional ainda é míope.
7. “Camisa 10” – Magníficos
A Banda Magníficos é um monumento do forró romântico, e “Camisa 10” é uma das suas músicas mais emblemáticas. Com arranjos clássicos e letra sentimental, essa faixa embala corações apaixonados desde os anos 2000.
Nas festas do interior do Nordeste, ela segue viva como se tivesse sido lançada ontem. É música para dançar agarradinho, sofrer com dignidade e cantar com força. No Sudeste, infelizmente, o nome “Magníficos” ainda causa estranheza.
8. “Desça Daí, Seu Corno” – Tarcísio do Acordeon
Um dos títulos mais icônicos da música popular recente, “Desça Daí, Seu Corno” é um verdadeiro hino do piseiro com bom humor. Tarcísio do Acordeon, já consagrado regionalmente, acertou em cheio no deboche popular que conquistou multidões no Nordeste.
Mesmo após circular pelas redes sociais, a faixa não recebeu o devido espaço nas rádios do Sudeste. Ainda assim, continua sendo cantada a plenos pulmões em paredões e festas lotadas de gente que entende o valor do sofrência-cômica.
9. “Vou Apostar no Nosso Amor” – Calcinha Preta
Calcinha Preta é uma das bandas de forró mais queridas do Brasil, mas boa parte do país desconhece seus hits. “Vou Apostar no Nosso Amor” é um dos mais emocionantes, com uma letra de amor e esperança que toca fundo.
Em shows pelo interior nordestino, a música transforma multidões em corais gigantes. No Sul, ainda é raro encontrar alguém que conheça. É forró de verdade, com alma e entrega — do tipo que não precisa da aprovação da grande mídia.
10. “Coração de Papel” – Desejo de Menina
A banda Desejo de Menina é especialista em sofrência estilizada, e “Coração de Papel” é um marco do forró romântico moderno. Com letras doloridas e melodia envolvente, essa música virou trilha sonora de amores não correspondidos.
Ainda hoje é presença certa nas playlists de forró de todo o Norte e Nordeste, enquanto continua quase invisível fora dessas regiões. Mais uma prova de que o coração musical do Brasil bate em várias frequências ao mesmo tempo.
A pluralidade invisível do Brasil musical
Ignorar essas músicas é fechar os olhos para a cultura de boa parte do país. São sons que expressam sentimentos, realidades e festas que não passam pelo filtro das rádios comerciais ou das plataformas curadas do mainstream.
Esses hits regionais, além de populares, são retratos vivos de um Brasil diverso, criativo e profundamente musical. E talvez seja hora do resto do país tirar os fones da bolha e mergulhar no que o Norte e o Nordeste têm a dizer — e a cantar.
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